Concurso «Quem conta um conto... acrescenta um ponto»

O semanário SOL, associando-se ao Plano Nacional de Leitura, lançou este concurso com o objectivo de desafiar os alunos do 2.º ciclo a escrever um conto que desse seguimento a um dos livros da colecção «Clássicos Portugueses Contados às Crianças».

Foram vários os alunos da nossa escola que aceitaram o desafio, mas, tal como previsto pelo regulamento, teve de se proceder à selecção de apenas um trabalho.  Os critérios de avaliação foram a coesão e coerência textual com o livro seleccionado; a correcção e clareza; a riqueza e qualidade estática; e a originalidade.

A vencedora, que irá representar o agrupamento na final nacional, foi a aluna Catarina Costa, n.º 3, do 5.º C.

O seu texto dá seguimento ao livro Amor de Perdição, uma obra de Camilo Castelo Branco adaptada para os mais novos por Pedro Teixeira Neves, e - claro! - vale a pena lê-lo.

«Esta história tem um final muito triste. Não percebo porque é que as histórias mais bonitas têm sempre que acabar mal. O meu tio Simão, por amor, fez coisas que algumas pessoas nunca teriam coragem de fazer. Imaginei, para a sua história, um final mais feliz, que agora vos vou contar.

Como por milagre, e eles acontecem, passados tempos, numa outra existência, Teresa encontrou Simão como eles tanto desejavam. Ao princípio não se conheceram, pois nunca pensaram que os seus desejos algum dia se pudessem concretizar, mas, depois, foi uma alegria sem fim.

Combinaram encontrar-se para lanchar na nova casa do Simão. Continuaram, depois, a encontrar-se todos os dias. Passaram-se anos, estes sem dúvida os melhores das suas vidas.

Certo dia, estavam a almoçar juntos, quando, de repente, o Simão se pôs de joelhos e perguntou:

- Querida Teresa, aceitas a minha mão?

Quando ouviu aquelas palavras pelas quais ela tanto ansiava, Teresa nem queria acreditar em tanta felicidade. Parecia que estava a viver um sonho.

Pensou que há muito, muito tempo ela já tinha vivido uma história parecida, mas essa não a queria recordar, pois tinha muita dor e sofrimento. Agora, só pensava no seu Simão que estava ali a seus pés, pedindo que se casasse com ela.

- Sim, aceito.

Passados uns dias foi o casamento, momento pelo qual todos esperavam. Casaram-se numa linda igreja, num bonito dia de Sol.

A casinha para onde eles foram morar era branca, enfeitada com um belo jardim cheio de flores e árvores. Situava-se perto de Coimbra.

Teresa e Simão tiveram dois filhos: Maria e Fernando. Eram muito parecidos com os pais. Tal como Simão, Fernando era muito traquina em pequeno.

Nesta vida ou noutra qualquer mais se prova que a força e o poder do amor revelam-se de muitas maneiras e este sentimento é muito importante para a vida de todos nós.»

Catarina Costa